Os dez alimentos mais desintoxicantes

A dieta detox é um conjunto de técnicas nutricionais que visa ajudar o organismo a eliminar toxinas e outras substâncias nocivas. Ao contrário de outras dietas mirabolantes, carregadas de improváveis promessas de emagrecimento e bem-estar, a inclusão de alimentos desintoxicantes não exige sacrifícios nem tem prazos determinados: trata-se de uma resolução pura e simples de melhorar a alimentação no dia a dia.

Com a correria dos tempos atuais, quase todos nós somos obrigados a adotar uma alimentação pobre em nutrientes fundamentais, rica em açucares, sódio, produtos industrializados, carnes e vegetais com muitos aditivos químicos. Com isto, contraímos complicações orgânicas (como fadiga, cefaleia e transtornos gastrointestinais, por exemplo).

Tudo isto pode ser evitado – ou revertido – com a ingestão de alimentos desintoxicantes. Confira o top ten sugerido pelo jornalista e escritor Joseph Irving Rodale, fundador do Instituto Rodale (Pensilvânia, EUA) e um dos maiores entusiastas da alimentação orgânica.

Os dez mais desintoxicantes

• Adoçantes naturais – estes produtos devem substituir o açúcar refinado. O motivo principal é que, no processo de refino sofrido, a cana-de-açúcar perde todos os nutrientes, para que se torne o pó branco e insípido. Na descrição dos biólogos e nutricionistas, restam apenas “calorias vazias”: engordam, mas não fornecem nenhum benefício ao organismo.

Os adoçantes naturais são os seguintes: açúcar demerara, mascavo ou orgânico, mel, stévia, acessulfame-K sucralose (estes dois últimos são industrializados). Todos eles são ricos em vitaminas e minerais, não aumentam significativamente a ingestão de calorias (com exceção do mel) nem a taxa de glicemia (com exceção do orgânico). É importante observar os rótulos dos alimentos, uma vez que o açúcar branco está presente em uma infinidade de itens industrializados e de manufatura caseira.

• Agrião – esta verdura apresenta altas concentrações de sais minerais – o teor de ferro, por exemplo, é maior que o do espinafre. As folhas também são ricas em antioxidantes (por serem fontes de vitamina C), betacaroteno (um dos precursores da vitamina A), vitamina K, flavonoides (associados à prevenção de vários tipos de câncer), cálcio, magnésio e potássio.

O agrião é um dos “queridinhos” da agricultura hidropônica, dispensando o plantio em terra – e o consequente uso de defensivos agrícolas e fertilizantes. A verdura pode ser consumida em saladas, refogados e smoothies desintoxicantes feitos com sucos, sorvetes, iogurtes e outros ingredientes naturais.

• Arroz selvagem – esta variedade (do gênero Zizania) é diferenciada do tradicional arroz asiático em função dos grãos maiores, mais tenros e, claro pela cor. O cereal ainda não é cultivado no Brasil, o que aumenta os preços, mas o consumo vale a pena, em função das propriedades desintoxicantes.

O arroz selvagem fortalece o músculo cardíaco e os ossos (é fonte de cálcio e magnésio), regulariza a frequência cardiorrespiratória e o trato gastrointestinal (o vegetal é rico em fibras), equilibra os níveis de colesterol, fortalece o sistema imunológico, combate o envelhecimento precoce e ajuda a emagrecer. Alguns nutrientes destes grãos, de acordo com estudos preliminares, estão associados à prevenção de doenças degenerativas.

• Coco – excelente fonte de lipídeos (gorduras) e carboidratos, além de fortalecer os dentes (com o consumo da fruta seca). A água de coco fornece boa dose de sais minerais, como o potássio (inclusive para atletas, por repor eletrólitos perdidos nos treinos). A água de coco é reconhecida como um excelente hidratante natural.

Mais recentemente, o óleo da fruta vem ganhando adeptos em função de diversos benefícios: regulariza a digestão, melhora o desempenho do sistema excretor (inclusive prevenido cálculos renais), ajuda a emagrecer por ampliar a sensação de saciedade, fortalece o sistema imunológico e estabiliza a pressão arterial.

É importante observar que o coco é uma fruta bastante calórica (uma porção de óleo de coco fornece 15 gramas de gorduras). Portanto, especialmente para pessoas com atividade física moderada, o ideal é reduzir outras fontes de lipídeos para incluir a ingestão do coco.

• Cogumelos – Os fungos comestíveis mais consumidos no Brasil são o Paris, shiitake, shimeji e Portobello, mas também podem ser encontradas as espécies cogumelo-do-sol, rei, salmão e hiratake. Todos eles podem ser considerados desintoxicantes, mas é importante consumi-los frescos, uma vez que as conservas apresentam alto teor de sódio.

Estudos preliminares indicam que as beta-glucanas presentes nos cogumelos estimulam uma célula do sistema imunológico especializada em fagocitar (devorar) células cancerígenas. Os fungos também apresentam propriedades antimicrobianas e antioxidantes, reduzem o colesterol ruim, ajudam a normalizar os níveis de glicose no sangue e regularizam os hormônios liberados pela tireoide.

• Frutas vermelhas – nem seria necessário que elas são desintoxicantes, já que estas bagas são saborosas e versáteis – entram no preparo de sucos, vitaminas, saladas, tortas, bolos e outras sobremesas (mas é preciso substituir o açúcar refinado por mel ou açúcar mascavo e usar farinhas integrais).

As frutas vermelhas apresentam propriedades capazes de evitar o envelhecimento precoce, de reduzir os riscos de desenvolver diabetes tipo 2, câncer e doenças cardíacas (ou de aliviar os sintomas das enfermidades já existentes). Esta escolha também se caracteriza por ser barata, uma vez que é possível comprar a polpa congelada ou escolher as frutas da estação: morangos, framboesas, amoras, lichias, cerejas, cranberries e mirtilos (pouco conhecidas no Brasil), uvas escuras, ameixas, romãs, jabuticabas e uma sensação atual: o goji berry.

• Oleaginosas – é o grupo a que pertencem as nozes, amêndoas, avelãs e castanhas. Todas estas frutas são ricas em gorduras “do bem”, que não aumentam o colesterol ruim e por isto protegem o sistema cardíaco e apresentam efeito anti-inflamatório, em função da presença do zinco e da vitamina E. A melhor maneira de consumi-las é nos lanches da manhã e tarde, in natura, sem sal e também sem excesso, pois são alimentos bastante calóricos. Seis frutas diferentes são suficientes.

Com relação às castanhas-do-pará, o consumo diário máximo é de quatro unidades, em função do alto teor de selênio (esta pequena “refeição” fornece 400 mcg do mineral, valor diário recomendado para os adultos). O excesso provoca unhas quebradiças, queda de cabelo, fadiga e algumas dermatites. Seja como for, as oleaginosas são ricas em resveratrol, conhecido por suas propriedades anticancerígenas.

Muitos outros alimentos podem ser considerados desintoxicantes. O suco de uva rosada ou rubi, por exemplo, está incluído na dieta mediterrânea, é rico em resveratrol e protege o coração. Como regra geral, podemos dizer que todos os alimentos de origem vegetal ajudam a eliminar toxinas, mas é importante observar o modo de preparo: o cozimento em água elimina boa parte dos nutrientes.

Desintoxicar-se não significa abandonar o consumo dos alimentos de origem animal, mas de adequá-los às novas receitas. Desta forma, de nada adianta tomar um smoothie no café da manhã para exceder-se em uma feijoada ou churrasco na hora do almoço. É tudo uma questão de equilíbrio.

Lembre-se: não é necessário abandonar de imediato todos os hábitos alimentares inadequados. Escolha um grupo de alimentos desintoxicantes e inclua-o gradualmente, iniciando com um “upgrade” de cada uma das refeições. Os resultados com maior dedicação, no entanto, serão mais sensíveis: os benefícios estarão mais próximos.

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