Dietas que não funcionam

Quem vive em briga eterna com a balança sabe como é difícil obter bons resultados com uma dieta alimentar. Isto tem a ver principalmente com o próprio termo: dieta. Quem está com sobrepeso ou é obeso pode adotar um regime de restrição alimentar por um período determinado, mas, depois disto, os resultados só serão mantidos com a reeducação alimentar. Não fazer isto é um dos principais motivos por que as dietas não funcionam.

Um fato comum entre a maioria dos seres humanos é a tendência à magia. Nós queremos obter tudo com um golpe de mágica: um corpo sarado, com músculos definidos, barriga “tanquinho”, etc. Sabemos que é impossível, mas, no dia a dia, continuamos ignorando a alimentação saudável e os exercícios físicos.

Dietas curiosas

Relacionamos a seguir algumas dietas curiosas que não funcionam:

dieta detox: ela promete a perda rápida de alguns quilos, graças à inclusão de alimentos desintoxicantes nas refeições. Na verdade, o cardápio deve ser composto apenas por alimentos detox. Trata-se, portanto, de uma dieta restritiva, que ignora grupos alimentos inteiros, impedindo o consumo de diversos nutrientes importantes.

A redução da ingestão de potássio e cálcio, por exemplo, pode causar cãibras. O mais perigoso nesta dieta é que ela pode comprometer o equilíbrio da produção de insulina (fundamental para a metabolização dos açúcares). Com a redução drástica do consumo de carboidratos, o organismo passa a utilizar os estoques de gordura presentes nos músculos e até no fígado;

• dieta do óleo de coco: este óleo realmente reduz o apetite, mas a promessa desta dieta era de secar a barriga em poucas semanas, com um suplemento ingerido após as refeições principais.

Os entusiastas, no entanto, se esqueceram de dizer que o óleo, ingerido isoladamente e em excesso pode aumentar os níveis do colesterol ruim (LDL); em consequência, aumenta também o risco de doenças cardiovasculares. Além disto, óleo em excesso engorda.

Existe uma variação, em que é adotado o óleo de canola. O princípio é o mesmo, mas os adeptos garantem que se sentem mais bem dispostos, com o metabolismo acelerado e quase não sentem fome fora dos horários das refeições. Mais uma vez: gorduras em excesso não podem fazer o milagre do emagrecimento: muito calóricas, elas só fazem engordar;

• dieta do vinagre: a ideia é simples. Consumir um produtos de baixas calorias antes das refeições reduz as porções necessárias para saciar a fome. O vinagre – um composto de ácido acético – acelera o metabolismo, tornando a digestão mais rápida, e o retorno da fome, também.

Além disto, um ácido, quando consumido em excesso, pode causar irritações na boa, garganta, esôfago e estômago. Não existe qualquer comprovação científica sobre a eficácia desta dieta. O argumento em favor dela também parece insuficiente: “toda pessoa magra gosta de vinagre”:

• dieta do limão: é outra proposta que tem como base o “achismo”. De acordo com os especialistas, consumir limão em jejum, todas as manhãs, aumenta a acidez estomacal, fato que acelera o metabolismo (e consequentemente o processo digestório), impedindo o acúmulo de gordura localizada. Desprovido do suprimento de gordura, o organismo passaria a usar os estoques presentes no próprio corpo.

Felizmente, isto não acontece, porque os primeiros depósitos a serem “queimados” em tempos de privação nutricional são os de gordura muscular. A acidez do estômago já é bastante elevada (a mucosa gástrica é reconstituída a cada 15 dias, o que permite avaliar o teor ácido do interior do órgão). O consumo excessivo de limão está diretamente relacionado ao desenvolvimento de úlceras e gastrites. E a gordura localizada continua firme e forte no abdômen e no quadril;

• dieta de Hollywood: recebeu este nome porque diversas atrizes americanas teriam adotado esta dieta para manter o shape, especialmente nos intervalos entre uma filme e outro. Esta dieta tem um cardápio exclusivo: 14 potinhos diários de papinhas para bebê.·.

Ocorre que, por melhores que estes produtos sejam, eles são formulados para bebês – e um adulto precisa de muito mais nutrientes do que uma criança que ainda não completou um ano. A dieta realmente funciona, mas por motivos perversos: o cobaia emagrece por desnutrição, uma vez que o consumo calórico muito abaixo do necessário.

Quem quer comprometer a saúde, pode tentar esta dieta. É importante afirmar, porém, que não se trata de um risco, mas de um ataque deliberado contra o próprio organismo;

• dieta das noivas: existe um exercício um tanto quanto maluco, que consiste em comprar um vestido um ou dois números abaixo do manequim e fazer de tudo para emagrecer e entrar no modelo até a data da cerimônia. É maluco, mas inofensivo.

Algumas mulheres estão adotando uma versão hardcore: a nova dieta das noivas consiste em passar dez dias alimentando-se exclusivamente através de uma sonda nasal. Para evitar o risco de tentações, a sonda e os alimentos especiais em todas as saídas de casa, inclusive para o trabalho e para encontros de amigos.

Em hospitais, esta forma de alimentação preserva a massa muscular, para reduzir o risco de sequelas durante o período de internação. Em pessoas saudáveis, no entanto, os efeitos podem ser catastróficos. O emagrecimento é rápido, mas não é permanente. A prática pode causar queda de cabelos, prisões de ventre e muita fraqueza. Esta é mais uma dieta que não funciona – e pode ser muito prejudicial.

Alimentos indispensáveis na dieta

Todos sabem que frutas, verduras e legumes são alimentos saudáveis e ajudam a emagrecer, certo? Em termos. O resultado positivo de reduzir o consumo de alimentos gordurosos, frituras, reduzir o sal e o açúcar estão presentes em todas as dietas.

Porém, estes alimentos não podem ser substituídos por montanhas de frutas, por exemplo. Nutricionistas recomendam o consumo diário de 400 gramas de frutas, o que equivale a meio mamão papaia, um copo se suco natural e uma maçã ou pera, por exemplo. Duplicar a ingestão implica, na melhor das hipóteses, a manutenção do peso.

Os vegetais, por outro lado, também fornecem calorias e, em alguns casos, também gorduras. O abacate, por exemplo, pode conter até 18,5 gramas de gordura em uma porção de cem gramas. É uma gordura “do bem”, mas, em excesso, pode causar sobrepeso. Mesmo o açaí, com apenas 3,4 gramas de gorduras em cem gramas de polpa, pode sabotar a dieta.

O ideal é consultar um nutricionista, para que ele possa detalhar um cardápio personalizado, de acordo com idade, sexo, altura e peso, características do paciente, etc. Depois de emagrecer, chega a hora de manter o peso ideal. Para isto, é preciso a reeducação alimentar e a adoção de exercícios físicos ao menos três vezes por semana, no início da prática. Dietas com restrição de proteínas ou carboidratos, apesar de bastante tradicionais, também causam estragos na saúde.

Os milagres fazem parte do departamento das religiões. Talvez, por isto, não consigam provocar efeitos benéficos no emagrecimento. O importante é pensar que, passado um pequeno período de privações, a renovação da saúde física e o prazer de saborear uma boa refeição, sem pressa nem excessos, compensa qualquer sacrifício.

Deixe um comentário