Benefícios da pimenta para a saúde

Pimenta é o nome comum dado a diversas plantas, seus frutos e os condimentos obtidos a partir deles. A Capsicum annuum é conhecida como pimenta doce. A Capsicum frutescens é o nome científico das pimentas longas, como a malagueta, a dedo-de-moça e a caiena. A Piperis nigri é a famosa pimenta-do-reino. Todas elas oferecem diversos benefícios para a saúde.

Não se sabe exatamente a origem da pimenta. Apesar de haver diversas plantas nativas da África, foram os europeus que incluíram as “ardidas” no cardápio e deram início à domesticação da pimenta – e ao consequente cultivo, ainda no século XIV.

A ação das ardidas

As pimentas são divididas em duas categorias, de acordo com as suas propriedades:
• capsaicina – é um nutriente encontrado nas nervuras da pimenta vermelha, que age provocando uma surpreendente aceleração no metabolismo. A capsaicina age dilatando os vasos sanguíneos, provocando, consequentemente, maior rapidez do fluxo do sangue.

Isto aumenta a oxigenação local e estimula as ramificações nervosas, fato que eleva a capacidade do sistema imunológico. A capsaicina apresenta propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias, favorecendo os processos de cicatrização;

• piperina – trata-se de um nutriente presente na pimenta-do-reino branca e preta, mas igualmente forte nas pimentas cultivadas em hortas. A piperina produz ardência através da ação causticante: ela literalmente “queima” células da mucosa atingida.

A piperina bloqueia a formação de células adiposas e reduz os níveis de gordura no sangue. O nutriente também aumenta a secreção de sucos digestivos (gástrico, pancreático e intestinal), melhorando o funcionamento do sistema digestório. A piperina igualmente aumenta a absorção de vitaminas A, B6 e C, selênio e betacaroteno.

O valor nutricional da pimenta

Uma colher (café) de pimenta vermelha (Capsicum) contém:

• 9,5 quilocalorias;
• 22 miligramas de vitamina A;
• 48 miligramas de vitamina C;
• 67 miligramas de vitamina E;
• 1,7 gramas de carboidratos;
• 0,36 grama de proteínas;
• 0,52 gramas de gorduras (zero de gorduras saturadas);
• 0,9 grama de sódio;
• 1,3 gramas de ferro;
• 0,8 grama de potássio;
• 1,1 gramas de magnésio.

A pimenta-do-reino (Piperis) fornece (em uma colher de café):

• 7,5 quilocalorias;
• 26 miligramas de vitamina A;
• 56 miligramas de vitamina C;
• 82 miligramas de vitamina E;
• 2,5 gramas de carboidratos;
• 0,4 grama de proteínas;
• 0,1 grama de gordura (0,03 de gorduras saturadas);
• 1,8 gramas de sódio;
• 1,6 gramas de ferro;
• 1,3 gramas de potássio;
• 1,4 gramas de magnésio.

Piperis ou Capsicum, a pimenta também fornece boas quantidades de fibras solúveis (por volta de 4% do valor diário indicado e uma colher de café). Estas fibras são importantes para o bom funcionamento do intestino, regulando o trânsito intestinal e aumentando o volume do bolo fecal.

Os benefícios da pimenta para a saúde

O principal benefício da pimenta é auxiliar a digestão. Tanto a pepsina quanto a piperina têm a capacidade de aumentar a salivação e a produção dos sucos gástricos. Este fenômeno potencializa a produção de enzimas (substâncias orgânicas com funções catalisadoras, que favorecem, entre outras movimentações, o processo digestório).

A pimenta era conhecida pelos índios americanos antes mesmo da chegada de Cristóvão Colombo ao continente (na ilha Hispaniola – atual Haiti e República Dominicana, na América Central), no século XV.

Os benefícios da pimenta para a saúde também eram conhecidos pelos antigos gregos e romanos. Durante a Idade Média, enquanto os europeus tratavam as doenças com fórmulas mágicas, os povos árabes já aplicavam a pimenta na reabilitação dos doentes. Dois mil anos atrás, as “ardidas” já eram utilizadas como analgésicos, principalmente contra dores de cabeça. Na verdade, a capsaicina tem o poder de bloquear os sinais elétricos de dor emitidos pelo sistema nervoso central.

Todos os tipos de pimenta estão incluídos entre os alimentos funcionais. Isto significa que, além dos nutrientes presentes no vegetal, ele possui componentes que preservam e promovem a saúde integral. Seja como for, a pimenta deve ser consumida de forma moderada, uma vez que o excesso pode provocar problemas digestórios graves.

A pimenta é um bom auxiliar para o emagrecimento: além de ser um alimento termogênico – ela acelera o metabolismo, aumentando o consumo energético –, o alimento estimula a produção de saliva, etapa da digestão em que é iniciado o processo de desintegração química dos alimentos.

A pimenta é um bom ajudante da saúde do coração. A capsaicina auxilia a quebra do colesterol e reduz os níveis de triglicerídeos e do colesterol ruim (LDL). Além disto, ela bloqueia a ação da ciclo-oxigenase (COX 1, 2 e 3, ou prostaglandina H2 sintase), substância que pode contrair os músculos que envolvem os vasos sanguíneos. A inibição da ciclo-oxigenase pode causar alívio aos sintomas de inflamações e de dores.

Os triglicerídeos são a forma mais comum do nosso corpo; são depósitos naturais de energia, mas, em excesso, ficam acumulados no abdômen e nos glúteos – e podem prejudicar, além da estética, o músculo cardíaco.

Os neuropeptídios da pimenta auxiliam na redução de inflamações, por causa da ação da vitamina A. As dores provocadas pelos processos inflamatórios, sejam crônicos, sejam agudos, são aliviados pelo consumo da pimenta.

A função inicial das inflamações é eliminar as lesões e provocar a reação do sistema imunológico, mas esta reação pode se tornar crônica: uma reação orgânica sem nenhuma causa orgânica, que pode durar anos consecutivos, sem a necessidade da presença de um tecido lesionado.

Os mitos sobre a pimenta

Ao contrário do que édito comumente, a pimenta não faz mal para a saúde. Estudos da Universidade Harvard (EUA) com 12 voluntários, em 2008, detectaram o funcionamento acelerado do sistema digestório, analisado com auxílio de um endoscópio.

No mesmo estudo, foi pulverizado extrato de pimenta diretamente na mucosa gástrica. Não houve nenhum sinal de irritação no estômago dos voluntários. Na verdade, o consumo de pimenta indicou diversos benefícios para as cobaias:

• a pimenta libera endorfinas, neurotransmissores que atuam como analgésicos e conduzem à sensação de prazer, bem-estar e euforia;
• a pimenta reduz a velocidade da coagulação do sangue. O sangue muito grosso aumenta o risco de acidente vascular cerebral (derrame);
• ajuda a prevenir e combater a depressão;
• reduz a incidência de enxaquecas e cefaleias;
• possui propriedades anti-inflamatórias.

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